“O projeto é ganhar São Paulo e para isso temos que tirar o PSDB. Ou ficamos nós ou ficam eles.”
O único petista eleito na Câmara de Barueri explica qual sua visão sobre o cenário das eleições 2010 e tece um panorama um tanto quanto peculiar sobre o desempenho do Partido dos Trabalhadores nas eleições ao governo do Estado em disputas que compreendem os anos de 1982 a 2006. Em todas as ocasiões o partido saiu derrotado, mas o vereador garante que o crescimento de votos do partido irá aumentar, pois os gráficos eleitorais demonstram esse indicativo favorável.
Com a proximidade das eleições de 2010 existe a possibilidade do senhor sair candidato estadual ou federal?
Não tenho pretensão de ser candidato. Sou partidário e no ano que vem nosso partido passará por um momento fundamental. Haverá uma candidatura e não será Lula quem disputará. Será outro nome e por isso não vai ser fácil disputarmos a eleição sem a figura dele. Fica fácil, no entanto, nessa eleição pegar um país que teve o Lula como presidente.
O PT em Barueri deve lançar algum nome para deputado? Quem?
O tempo responde quem poderá ser (risos). Creio que o partido irá lançar um candidato para deputado estadual. Não sei se a federal, mas os nomes eu não saberia dizer com clareza. Lançaremos como já lançamos em três vezes. Tivemos um candidato em 2002 e dois em 2006. Tivemos um em 1982. Temos uma história de testes dentro do partido e tentaremos estudar nomes para estadual e federal no PT.
O nome do prefeito Emidio, de Osasco, é muito cogitado e é colocado como uma possibilidade para disputar ao cargo de governador do estado. Qual a opinião do senhor? Acha viável? Qual nome o senhor acredita que seria o mais adequado? Fala-se sobre o fato do PT abrir mão de uma candidatura própria para apoiar o Ciro Gomes (PSB-CE). Como o senhor analisa essas articulações em torno do prefeito osasquense?
Existem duas visões. O projeto é ganhar São Paulo e para isso temos que tirar o PSDB. Ou ficamos nós ou ficam eles. Não dá para ficar os dois no governo. Não nos bicamos muito bem. Não dá para coligarmos com o PSDB porque somos forças antagônicas. O PT fará coligações com outras forças políticas parecidas para disputar o governo. Já disputamos n vezes. Em 1982, Lula disputou para governador e não foi eleito. Em 1986, o [senador Eduardo] Suplicy perdeu. Em 1990, o Plínio [de Arruda Sampaio] disputou e perdeu. Em 1994, o José Dirceu [ex-ministro da Casa Civil] disputou e perdeu. Em 1998, a [ex-ministra do Turismo] Marta Suplicy disputou a perdeu. Em 2002, [o deputado federal] José Genoíno e, em 2006, [o senador Aloysio] Mercadante perderam. Só que nessa série de disputas os votos crescem e muito. O crescimento de votos de lá para cá é certo. O gráfico de crescimento de votos é sempre ascendente. Temos uma chance imensa de sermos eleitos, além disso o PSDB está no governo há longos anos. Temos esperança de ganhar São Paulo e ficarmos no poder. A disputa é entre José Serra e Geraldo Alckmin e, provavelmente, será Geraldo o candidato escolhido deles. Também já é um candidato testado e foi governador por uma vez. Ele tem larga experiência. Do nosso lado temos vários nomes. Temos [o deputado federal Antônio] Palocci, Marta, [o ministro da educação Fernando] Haddad, [o deputado federal Arlindo] Chinaglia e o Emidio. São nomes cogitados como pré-candidatos internamente no PT. Não sei se haverá uma disputa. Defendo o consenso. No consenso irei defender minha região para que o Emidio, nosso vizinho, tenha uma vantagem.
Quais são as vantagens de Emidio em relação aos demais candidatos?
Vamos ver quem ganhará as prévias como candidato eleito por votação. Quais são as vantagens do Emidio em relação aos demais candidatos do PT? Por duas vezes ele ganhou a prefeitura de Osasco e nas duas vezes derrotou o PSDB. Com mais um fato que é ter derrotado o PSDB na maior cidade. Ele derrotou Giglio no primeiro turno, ou seja, disputando com dois ex-prefeitos: Rossi e Giglio. Pela força, ele é um nome forte e de consenso para o estado de São Paulo. Esse é um fato. O PT com essa força e tudo mais consegue o estado de São Paulo? Não sei. Comenta-se a condição do PT coligar com o PSB, o PDT, e mais forças para aumentar as chances. Nessa condição viria junto o Ciro Gomes. Se o partido decide pela escolha do nome do Ciro e o PT a vice, iremos trabalhar pelo Ciro tanto quanto se fosse um nome dentro do PT.
Fonte na Web: www.webdiario.com.br Jornal Diário da Região